quinta-feira, 20 de maio de 2010

TG3 - BRICs


Muito tem se falado sobre a importância dos Brics (expressão criada pelo Banco Goldman Sachs para designar os quatro países emergentes com maior potencial de crescimento do mundo: Brasil, Rússia, Índia e China). Sua referencia é bem mais abrangente, pois trata-se de países emergentes que compartilham entre si uma situação econômica com índices de desenvolvimento, características e situações econômicas parecidas.

Algumas características comuns destes países:
- Economia estabilizada recentemente;
- Situação política estável;
- Mão-de-obra em grande quantidade e em processo de qualificação;
- Níveis de produção e exportação em crescimento;
- Boas reservas de recursos minerais;
- Investimentos em setores de infra-estrutura (estradas, ferrovias, portos, aeroportos, usinas hidrelétricas, etc);
- PIB (Produto Interno Bruto) em crescimento;
- Índices sociais em processo de melhorias;
- Diminuição, embora lenta, das desigualdades sociais;
- Rápido acesso da população aos sistemas de comunicação como, por exemplo, celulares e Internet (inclusão digital);
- Mercados de capitais (Bolsas de Valores) recebendo grandes investimentos estrangeiros;
- Investimentos de empresas estrangeiras nos diversos setores da economia.

O Brasil, efetivamente, é o último em matéria de avanço do Produto Interno Bruto (PIB), com crescimento à taxa média de 3% ao ano, enquanto China e Índia chegam a 10%. Mas é importante perceber que, como o Brasil começou a crescer antes dos outros Brics, é natural que no momento evolua a taxas menores. A vantagem do Brasil, a longo prazo, é que os outros Brics sofrem de problemas estruturais já enfrentados pelo País. A China vem passando por uma grande reforma econômica e deverá fazer importantes mudanças políticas nos próximos anos. Diferentemente do que muitos pensam, a abertura de mercado também é um ponto forte do Brasil. Apesar de perder em números absolutos para outros do grupo, o País é o Bric com mais investimentos externos diretos se analisado proporcionalmente ao seu PIB.Então, por que o Brasil é muitas vezes visto como o patinho feio dos Brics? Essencialmente porque ele passa por um momento delicado, em que “se vende” mal ao mercado. Suas instituições são vistas como pouco confiáveis, mas seus números não são sequer comparáveis aos da corrupção em outros países. A imagem negativa chega à imprensa internacional justamente porque o Brasil começa a combater esses problemas. Os outros Brics se beneficiaram de um rápido crescimento, mas sua sustentabilidade dependerá de reformas substanciais. O Brasil, nesse sentido, é o Bric com maior potencial de crescimento e que, em alguns aspectos, apresenta o menor risco ao investidor.

Dentre os países do BRIC a Rússia era o país que tinha o maior investimento em pesquisa e desenvolvimento, maior número de artigos científicos publicados, sendo ultrapassada pela China nessa década. A Rússia ainda segue na frente no número de pesquisadores e técnicos por habitante. O Brasil possui números inferiores aos demais membros do BRIC passando da Rússia apenas no número de patentes registradas e exportações de equipamentos de ICT (Information and Communication Technology) anualmente. A Rússia, como o Brasil, encontra-se avançada no acesso à tecnologia, porém possui um atraso nos recursos humanos ligados a ciência e tecnologia. Como a ciência e tecnologia é uma área fundamental para o desenvolvimento de inovações o Governo Russo adotou estratégias para melhorar a administração e financiamento de programas para promover ligações entre ciência e indústria.

Na Índia há uma grande concentração de mão-de-obra e tecnologia, então serviços e produtos manufaturados são providos por ela, também deve ter a maior média de crescimento entre os BRIC’s, é uma potência militar, tem uma grande população, tem investido bastante em tecnologia e qualificação de mão-de-obra e apresenta um grande mercado consumidor. A Índia começou a crescer em 1991 quando o governo do país realizou o processo de abertura econômica para atrair investimentos internacionais e prioriza a produção de mercadoria de maior valor agregado, isso fez com que ela continuasse a crescer, enquanto a economia do Brasil é baseada em commodities, isso faz com que ele seja bastante atingido pela recessão mundial, não está investindo bem em tecnologia e não procura produzir mercadorias com melhor valor agregado, logo ele não está crescendo tão bem quanto à Índia.

A China atualmente é o principal parceiro comercial e o maior mercado para as exportações brasileiras.
No ultimo encontro da cúpula de chefes de Estado do BRIC, ocorrido em Brasília em 15/04/2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da China, Hu Jintao, assinaram acordos nas áreas de tecnologia, petróleo e cultura. Um dos acordos firmado, é a exploração de petróleo na bacia do Maranhão pela China. Sendo desta forma a maior parceria do Brasil na área de petróleo. Outro acordo, anunciado por Lula, é que as empresas LLX, do Brasil e a estatal chinesa Wisco negociam a construção de um complexo siderúrgico no Porto Açu, no Rio de Janeiro.
A China leva muita vantagem no planejamento e execução dos projetos e não depende da morosidade da democracia, como é o caso do Brasil. Contudo, a democracia é inviolável e mais saudável, apesar da gestão de um país através deste sistema ser mais lento e por envolver interesses alheios à nação, seu avanço é quase inexistente.

Sobre o Futuro:
Estudos e projeções demonstram que, até 2050, esse grupo terá o mesmo peso dos países desenvolvidos (G6) na economia mundial. Alguns dizem que o Brasil está ficando para trás em relação aos demais Brics, e a prova disso seria o seu crescimento menor, em comparação ao dos outros três. A China destaca-se em função do rápido desenvolvimento econômico (crescimento do PIB em torno de 10% ao ano) e elevada população.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/BRIC
http://www.brasilescola.com/geografia/bric.htm
http://www.tribunadobrasil.com.br/site/?p=noticias_ver&id=17886
http://www.monitormercantil.com.br/mostranoticia.php?id=62216
http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalheest.jsp?est=0341614246741708
http://www.webartigos.com/
http://www.suapesquisa.com/pesquisa/bric.htm
http://www.capitalaberto.com.br/ler_artigo.php?pag=2&i=1406&sec=24

Postado por: Henrique César Vasconcelos Mendes

3 comentários:

  1. O BRIC pode ser caracterizado como um grupo de países heterogêneo no que se refere aos indicadores de esforço e desempenho de ciência, tecnologia e inovação. O desenvolvimento tecnológico tem se colocado como um dos principais fatores determinantes das estratégias de desenvolvimento desses países.

    Evandro Teles

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  2. Sobre o Brasil, o país tem enormes recursos naturais e a grande possibilidade de desenvolvimento agrícola, em razão de clima favorável e solo fértil. Não enfrenta problemas religiosos, o regime democrático está consolidado e estável, o sistema financeiro é sólido e as instituições são respeitadas. Porém o seu crescimento na economia não é satisfatório. Continua sendo visto como o país das reservas naturais de agua e fauna e flora incomparáveis. Seu papel no BRIC seria mais evidente se nos próximos anos, incentivasse a educação, preparasse os jovens para o mercado futuro, incentivasse e treinamento de professores do ensino fundamental e médio, reduzisse os gastos públicos, melhorasse a saúde e habitação. Talvez assim seu crescimento de 15% chegasse ao patamar dos outros BRIC's.

    [VITOR BARROSO]

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  3. O Brasil é líder de investimentos em TI no BRIC, segundo a IDC,mas ainda há muito a ser feito para que o Brasil se torne uma potência, é preciso investir estrategicamente em educação, tecnologia e marketing para se chegar a taxas de crescimento acima da média e mão-de-obra barata de forma sustentável.

    Igor Rodrigues Paiva

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